domingo, 12 de maio de 2013

Feliz Seu Dia das Mães!!!

Arquivo pessoal


 Em minha meninice ser mãe nunca foi um sonho ou um desejo, para falar a verdade, nem de boneca gostava muito de brincar e quando, raramente, brincava com minha irmã de mamãe e filhinha, eu era sempre a filha e nunca a mãe, ou seja, não fui crescendo com esse desejo e confesso que nem ficava pensando muito nisso, mesmo quando encontrei um parceiro bem bacana, o Fred, meu atual companheiro, demorei para pensar nisso, tanto para mim quanto para ele esse assunto não estava muito em pauta. Se não me engano, quando estávamos juntos a uns 6 anos e morando juntos já uns 4, eu com 27 anos e ele com 30 começou a emergir uma leve curiosidade pelas grávidas, achava incrível essa história de ter um bebê se desenvolvendo dentro da barriga, a barriga crescendo, crescendo... Acho interessante ressaltar que uma das minhas principais características é desejar e experimentar novas experiências e, como mulher que sou, ficava pensando que passar por isso era uma possibilidade, mas naquele momento era apenas uma curiosidade de me sentir grávida, e não necessariamente ser mãe, isso para mim era um grande conflito: - Como assim ficar grávida e depois não querer assumir tais responsabilidades? Bom, esse sentimento foi postergando ainda mais essa possibilidade até que num certo momento esses meus receios foram ficando menores que o desejo de vivenciar algo dessa dimensão, não tinha nada que pudesse me impedir, estava trabalhando em um emprego estável, tinha uma relação amorosa também estável e que me apoiava, tinha um plano de saúde, ganhava razoavelmente bem, bom, aquilo que eu achava, a princípio, ser necessário eu já possuía, então não pensei muito e começamos a tentar! Para minha surpresa engravidei já no primeiro mês e então minha trajetória começou... Estar grávida para mim era incrível, não tive qualquer desconforto na gravidez, só curtia, conversava com meu bebezinho, sentia as mudanças em meu corpo e ia me preparando física e psicologicamente para o parto e pós-parto, confesso que esse segundo me assustava mais, por isso fui me cercando de apoios emocionais e materiais para, caso eu precisasse, eu os ter! Isso me tranquilizava!!! Bom, para o parto eu já estava descolada, já sabia o que eu queria: um parto mais natural possível, uma experiência prazerosa e transformadora. Sempre acreditei na possibilidade deste parto e o considerava até necessário para me ajudar nesta passagem de deixar de ser filha para ser mãe, para mim sempre foi e continua sendo um ritual de passagem, um momento em que nasceria não só um bebê, mas também uma mãe, um pai, enfim, uma nova família! Isso de fato aconteceu! Tive uma experiência maravilhosa de parir, no meu tempo, no tempo necessário que eu precisava para encarnar uma mãe, não uma mãe qualquer, mas a mãe que faz escolhas conscientes, uma mãe ativa e compromissada com meu próprio processo de desenvolvimento, com meu auto-conhecimento e, principalmente, responsável na tarefa de contribuir na formação de um novo indivíduo, uma tarefa que exige bastante, que nos faz pensar em todas as possibilidades e nos coloca em muitos conflitos entre tantas opções e modelos existentes. Descobri que essa era minha maior dificuldade na aceitação pela maternidade, pensava que jamais conseguiria me enquadrar nos modelos vigentes, nas rotinas, nas ações dadas como possíveis para uma mãe, pensava que teria que abandonar tudo que eu era, não poderia mais viajar, vivenciar novas experiências, não poderia mais estudar, ler um livro, que minha vida estaria condenada a sei lá o quê. Talvez até estivesse se eu não percebesse que tudo pode ser diferente, que não preciso seguir rotinas específicas, mas sim respeitar ritmos internos e externos meus e do meu filho, respeitar nossos tempos e viver de uma forma mais livre. Pensar na maternidade como um processo individual é libertador, pois permite que façamos tudo de nosso jeito sem nos sentirmos culpadas e com a sensação de que estamos fazendo tudo sempre errado, sentimento esse muito presente na vida de tantas mulheres. Bom, para isso tive que fazer muitas escolhas em minha vida, a primeira delas foi abandonar aquele emprego estável e escolher uma profissão que me respeitasse mais, aprendi que para respeitar o ritmo do outro é imprescindível, primeiramente, nos respeitarmos e é esse combinado que tenho feito com meu filhote, as regras são construídas por nossos limites e assim vamos convivendo em paz e do nosso jeito! Um jeito meio diferente de ser, mas que é maravilhoso, que me ensina coisas novas a cada momento e que alimenta aquela minha necessidade de estar sempre vivendo experiências novas!
Bom, tudo que tenho aprendido neste meu processo é que não há receitas prontas e não há certo e errado, existe, sim, o caminho possível para cada família! Aprendi que o melhor caminho, necessariamente, não é aquele em que a mulher amamenta em livre demanda, que não dá mamadeira, nem chupeta, que usa fraldas de pano, que faz cama compartilhada, não dão vacinas, não dá doces, que não põe na creche, que só usa remédios naturais, que faz educação ativa e sei lá mais o que, opções essas muito valiosas, mas que para mim só são válidas quando contribuem no fortalecimento da uma mulher e não a faz sofrer, tornando seu caminho, muitas vezes, insustentável. Independente dos caminhos que serão trilhados considero importante que seja uma escolha que venha do íntimo de cada mãe e de cada pai, após terem passado por reflexões e questionamentos internos, isso sim, é o que acredito e defendo ser “maternidade ative e consciente”. Esse é o maior aprendizado que extraio de todo meu processo e é o conselho mais sábio que consigo dar neste Dia das Mães! Desejo que cada uma de nós possamos encontrar nossos próprios caminhos e que seja um caminho não-violento, mas que também nos faça sair de uma zona de conforto, superando nossos limites e descortinando novas possibilidades! Cá estou eu, novamente, aberta a novas experiências, provando dos desafios de uma nova gestação e disposta a superar mais e mais meus próprios limites! 

Eu amo ser mãe, ser mãe do meu jeito!!!

Feliz todos os dias de Dia das Mães!!!

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